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Espécie de golfinho vira símbolo de Cananéia, no litoral de SP

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Espécie de golfinho vira símbolo de Cananéia, no litoral de SP
Crédito: IPeC/Divulgação

A cidade de Cananéia, no litoral sul de São Paulo, decretou o boto-cinza (Sotalia guianensis) como símbolo e patrimônio natural do município. A espécie, encontrada em grande parte do litoral da América Latina, é particularmente comum na Baía de Trapandé e no Estuário de Cananéia, entre o sul de São Paulo e o norte do Paraná.

O título foi atribuído por meio de projeto de lei, aprovado por unanimidade pelos vereadores da cidade. A proposta foi apresentada pelo Projeto Boto-Cinza, do Instituto de Pesquisa de Cananéia (IPeC).

De acordo com o texto, a administração municipal deve buscar parcerias com “entidades científicas e conservacionistas, visando ao estudo dos botos e à conscientização popular para a sua conservação e o monitoramento ambiental da região de ocorrência dos botos-cinza, evitando e/ou minimizando a sua degradação”.

“Esta nova lei representa um grande passo na conservação do boto-cinza e reforça a importância socioeconômica da espécie na região”, destacou o IPeC. A partir de agora, o Dia do Boto-Cinza será comemorado no município todo dia 24 de outubro. A lei também prevê a preservação da espécie por meio de educação ambiental e medidas protetivas, além de fomentar o turismo sustentável.

Cananéia

Cananéia fica na região do Lagamar, um complexo estuário entre o sul do estado de São Paulo e o norte do Paraná. O Lagamar é a maior reserva de Mata Atlântica do país. A cidade tem o turismo como uma das principais atividades econômicas. A observação de botos-cinza já é uma atividade bastante procurada na região. Com a nova lei, a atividade será incentivada, desde que feita de maneira sustentável.

Boto-Cinza

O boto-cinza é um cetáceo de pequeno porte, que pode atingir cerca de dois metros de comprimento. Habita regiões costeiras, como baías e estuários, onde obtém alimento e abrigo. Na região de Cananéia, há cerca de 400 indivíduos da espécie. Por viverem em áreas próximas à costa, os botos são muito ameaçados pela pesca, degradação ambiental e atropelamento por embarcações.

Possui expectativa de vida de 30 anos e baixa reprodutividade. Sua gestação dura quase um ano e o filhote é amamentado por pelo menos seis meses. Somando o tempo de amamentação ao da gestação, a mãe demora entre dois anos e meio a três para ter outro filhote. Esse grande intervalo entre uma gestação e outra é mais uma dificuldade para a preservação da espécie, classificada como vulnerável pelo Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.

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