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Em debate sobre licença à Heineken, representante da Semad causa revolta e indignação

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A subsecretaria de regularização ambiental da Semad, Anna Carolina Motta Dal Pozzolo, causou estupor e revolta no público participante do debate promovido pela Amda sobre as licenças concedidas à Heineken, ao declarar que a Semad considera o potencial de impacto ambiental da fábrica da Heineken na APA Cárstica de Lagoa Santa, e por isso não houve exigência de Eia-Rima. “Haverá apenas supressão de árvores isoladas, a área já é industrial, está impactada e próxima a núcleos urbanos”, disse.

A medida isenta a Heineken de pagar compensação ambiental prevista na Lei do Snuc e dispensa manifestação dos conselhos consultivos do Monumento Natural da Lapa Vermelha e do Parque Estadual do Sumidouro, o que excluiu completamente a participação da sociedade.

Isto após o professor da UFMG José Eugênio Cortes (biólogo, mestre e doutor em Ecologia) discorrer sobre a importância ambiental das lagoas da região para inúmeras espécies de aves migratórias, mamíferos e outras espécies, mostrando que elas são parte do complexo hídrico da área cárstica e serão afetadas diretamente pela fábrica.

Ele mostrou mapas comparativos do desmatamento da APA Cárstica demonstrando seu avanço sobre os ambientes naturais remanescentes, o que não mereceu comentário da subsecretaria.

No Relatório de Controle Ambiental da empresa, há quadro sobre os insumos utilizados em seu processo industrial. Surpreendentemente, água, o principal deles, não faz parte da lista e mesmo assim a Semad, conforme informação de Anna Carolina, decidiu que as informações nele contidas são suficientes para considerar o empreendimento de baixo impacto ambiental.

Na opinião da superintendente da Amda, Dalce Ricas, a fala da mesma apenas confirmou que a Semad obedeceu ordens do Palácio Tiradentes. “A licença foi pontual, sem considerar que o local da fábrica está na área cárstica; sem considerar seus efeitos radiais sobre o complexo hídrico, cavernas e biodiversidade”.

A resposta da subsecretaria aos diversos questionamentos técnicos do público foi repetitiva, negando a todos e reafirmando o “rigor ambiental” das licenças pela Semad. “Ficou claro que ela não conhece o local e não tem interesse pelo que poderá acontecer. Sua missão é defender a Heineken e o governo Zema”, afirma Dalce.

Uma participante escreveu: “Sugiro se informar e cuidar mais Sra. Ana Carolina. Irresponsabilidade é a palavra mais leve para descrever o que está fazendo nessa live.”