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Grupos de muriqui-do-sul são encontrados no Paraná

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Grupos de muriqui-do-sul são encontrados no Paraná
Crédito: Robson Hack

Novos grupos de muriqui-do-sul foram encontrados no Vale do Ribeira, no Paraná. Pesquisadores do Laboratório Central de Pesquisa e Desenvolvimento (Lactec), identificaram dois novos grupos, com cerca de 66 animais em fragmentos de Mata Atlântica no estado.

Em janeiro, nove animais haviam sido registrados em uma comunidade rural do município de Cerro Azul. Em abril, outro grupo com aproximadamente seis indivíduos foi avistado no mesmo município.

“Tratam-se de novos registros de uma das espécies de primatas mais ameaçadas do mundo. Ainda há grandes lacunas de conhecimento sobre a sua distribuição geográfica, suas áreas de ocorrência, as condições do habitat e também de saúde dos grupos. Somente identificando esses locais e levantando essas informações é que a gente vai poder propor ações de conservação em longo prazo”, afirmou Robson Hack, biólogo do Lactec.

Maior primata das Américas

O gênero Brachyteles possui apenas duas espécies e ambas estão ameaçadas de extinção. São elas: muriqui-do-norte (Brachyteles hypoxanthus) e muriqui-do-sul (Brachyteles arachnoides), considerados os maiores primatas das Américas. Endêmicos da Mata Atlântica, eles ocorrem somente no Brasil.

De grande importância ecológica, os muriquis podem dispersar, em um único dia, sementes de diversas espécies de plantas, por isso são considerados um dos maiores dispersores e restauradores da Mata Atlântica. Também conhecidos como mono-carvoeiros e buriquis, esses macacos medem aproximadamente 1,5 metro de altura e pesam até 15 quilos.

Vivem cerca de 30 anos e, infelizmente, estão entre as 25 espécies de primatas mais ameaçadas do mundo devido à fragmentação e degradação de seu habitat, caça, expansão agrícola e turismo desordenado. Na Mata Atlântica, onde vivem, resta cerca de 12% da vegetação original que cobria o bioma.

O muriqui-do-sul pode ser encontrado nos estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Ao contrário de seu congênere do norte, o do sul apresenta face totalmente preta, desde o nascimento até a vida adulta. Sua pelagem é predominantemente bege, com nuances de tons mais escuros.