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Seinfra anuncia estudo de traçado proposto pela Amda para a Alça Sul do Rodoanel de BH

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Seinfra anuncia estudo de traçado proposto pela Amda para a Alça Sul do Rodoanel de BH
Estrada que corta o parque do Rola Moça é repleta de trechos perigosos. Crédito:

Press release

Belo Horizonte, 11 de fevereiro – A notícia dada hoje à imprensa pelo Secretário de Infraestrutura, Fernando Marcato, de que o traçado da Alça Sul do Rodoanel será reavaliado pela Seinfra, causou surpresa positiva entre os ambientalistas. A solicitação de mudança já havia sido encaminhada ao vice-governador Paulo Brant, através de ofício assinado por 384 instituições e pessoas físicas, enviado no dia 03 de fevereiro. Em mensagem enviada à Amda, o secretário comunicou que pretende conhecer a região, em companhia da Secretária de Meio Ambiente, Marília Melo.

Posteriormente a Amda reuniu-se com a Subsecretária de Infraestrutura, Mônica Lana, para discutir a proposta alternativa. Na reunião, o engenheiro Euler Cruz, convidado pela Amda e membro do Fórum Permanente São Francisco (que reúne profissionais das áreas de engenharia, geologia e projetos), apresentou informações e questionamentos, inclusive sobre aspectos geológicos e de segurança, a respeito do traçado proposto.

O traçado da Alça Sul do Rodoanel prevê construção de túnel 3390 m de comprimento sob a Serra da Calçada. Euler lembrou que acidentes em túneis não são incomuns e citou exemplos da Europa. “Quanto maiores são a declividade e o comprimento de um túnel, mais perigoso ele é, pois, em caso de acidentes, a fuga e o socorro são muito difíceis”. Devido à declividade projetada para o túnel e para o trecho depois dele, descendo a Serra (4,5%) o risco de acidentes seria ainda maior, devido à alta velocidade dos veículos no caso de perderem os freios por algum motivo, lembrou o engenheiro.

Euler frisou ainda da necessidade de estudos criteriosos sobre a geologia local que possam garantir a viabilidade técnica, pois há rochas frágeis que podem não suportar ou dificultar muito a construção. Informou ainda que não foi encontrada, entre os documentos disponibilizados pelo Governo para a consulta pública, nenhuma informação sobre possíveis sondagens que tenham sido feitas no trecho proposto da Alça Sul. Os técnicos presentes não puderam informar sobre os estudos, por não serem da área de engenharia da empresa que projetou o traçado.

Para Dalce Ricas, superintendente da Amda, as questões levantadas pelo engenheiro somam-se às preocupações sobre os impactos ambientais que poderão advir da construção sobre Mata Atlântica, fauna, mananciais e patrimônio arqueológico, tanto no decorrer da construção, quanto após abertura ao tráfego.

“Acredito que o anúncio do secretário foi muito bem visto não só pela Amda, mas também pelas centenas de pessoas e instituições que como nós não questionam a importância do Rodoanel, mas pleiteam opção de menores impactos sobre o ambiente e sobre a qualidade de vida da população de Brumadinho, bem como de menores riscos de acidentes e de interrupção do tráfego. Esperamos chegar a isto”, diz.