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Novas espécies de peixes são descobertas em Fernando de Noronha

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Novas espécies de peixes são descobertas em Fernando de Noronha
Nova espécie de peixe pedra encontrada em Fernando de Noronha

Pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos encontraram quatro novas espécies de peixes exclusivos do litoral brasileiro, no arquipélago pernambucano de Fernando de Noronha. Outros 15 peixes jamais vistos no local também foram encontrados pela equipe.

Os novos registros representam um aumento de 8,2% na riqueza de peixes marinhos da região, que agora possui 250 espécies conhecidas, pertencentes a 77 famílias. As descobertas foram detalhadas em artigo científico publicado na revista Neotropical Ichthyology.

Devido ao isolamento geográfico, as ilhas oceânicas são ambientes únicos, sendo frequente a descoberta de novas espécies. Em Fernando de Noronha, a riqueza de peixes marinhos é a mais expressiva entre as ilhas oceânicas do Atlântico Sul. Entre as novas espécies encontradas no local, estão quatro novas variedades de peixes afrodite, gobídeo, lagarto e pedra.

A equipe surpreendeu-se ao encontrar um peixe-afrodite, que até então só tinha sido registrado no Arquipélago de São Pedro e São Paulo, além de um peixe-gobídeo, que pertence a um gênero raro. De porte pequeno, este último peixe se alimenta de microrganismos, como zooplâncton e microinvertebrados.

Já o peixe-pedra encontrado é uma espécie venenosa que se camufla entre os recifes, um mecanismo de defesa usado contra seus predadores. Assim como o pedra, o peixe-lagarto utiliza a camuflagem e fica praticamente imóvel, embora utilize essa estratégia para apanhar peixes menores.

Expedição

A alta tecnologia utilizada pelos pesquisadores nos mergulhos e observações permitiu conhecer melhor os ambientes mesofóticos – abaixo de 30 metros de profundidade –, menos atingidos pela pesca e com pouca incidência de luz solar. São verdadeiros refúgios para a vida marinha, sobretudo para os peixes.

Dividida em duas fases, a primeira etapa da expedição às águas profundas de Fernando de Noronha durou 17 dias. A outra fase estendeu-se por pouco mais de um ano, sendo dedicada à taxonomia das espécies.

Os pesquisadores mergulharam depois da quebra da plataforma continental (limite do continente onde ocorre a brusca mudança de profundidade do oceano), com 140 metros de profundidade. Eles encontraram águas geladas, de até 13° C, em um dos ambientes mais desconhecidos pela ciência: os recifes profundos.

Para observar a biodiversidade local, os pesquisadores utilizaram tecnologias de ponta, como o ROV, mini submarino equipado com câmeras de vídeo e sensores, manipulados por controle remoto.