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Cerrado perdeu 7,3 mil km² de vegetação nativa entre 2019 e 2020, aponta Inpe

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Cerrado perdeu 7,3 mil km² de vegetação nativa entre 2019 e 2020, aponta Inpe
Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O monitoramento anual feito pelo sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), indicou nova alta do desmatamento no Cerrado. De acordo com o balanço, entre agosto de 2019 e julho de 2020 foram derrubados 7.340 km² de vegetação nativa, um crescimento de 13% em comparação aos 12 meses anteriores, quando a perda foi de 6.483 km².

A área desmatada equivale a mais de duas cidades de Belo Horizonte, sendo o maior índice registrado desde 2005, quando o Cerrado perdeu cerca de 11 mil km². O Maranhão liderou a destruição do bioma, abrangendo 25% (1,8 mil km²) do total desmatado no período, seguido de Tocantins (21%), Bahia (12,5%), Mato Grosso (10%) e Goiás (10%).

O desmatamento concentra-se na região de expansão da fronteira agrícola chamada de Matopiba, que engloba os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Hoje, o avanço dos cultivos, sobretudo os de soja, é uma das principais ameaças ao bioma. Essencial para a segurança hídrica no Brasil, o Cerrado já teve mais da metade da sua vegetação nativa dizimada nas últimas décadas.

Devido ao impacto da agropecuária sobre o Cerrado, compradores internacionais têm pressionado o Brasil para conter a destruição ambiental em suas cadeias de abastecimento. Em novembro, sete grandes redes de supermercados franceses, incluindo o Carrefour, anunciaram a inserção de cláusulas mais rígidas para a soja produzida pelo Brasil a partir de 2021. O Reino Unido também pretende proibir a importação de alimentos vinculados à destruição ambiental.

Amazônia

Em tendência semelhante à do Cerrado, a Amazônia sofreu com aumento de 9,5% no desmatamento entre agosto de 2019 e julho de 2020. No período, foram suprimidos 11.088 km², ante os 10.129 km² desmatados no ano anterior, uma alta de 9,5%. Esta é a maior taxa desde 2008.

Para ambientalistas, o avanço da destruição na floresta é reflexo da atuação desfavorável de Jair Bolsonaro na área ambiental. Desde que assumiu a presidência, as taxas de desmatamento e incêndios florestais só subiram na Amazônia e outros biomas, assim como a impunidade a crimes ambientais e a violência no campo.