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Mais de 100 espécies de peixes são descobertas no Pantanal

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Mais de 100 espécies de peixes são descobertas no Pantanal
Pterolebias phasianus. Crédito: Divulgação/Imasul

Pesquisadores do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) catalogaram 104 novas espécies de peixes na Bacia do Alto Paraguai, no Pantanal. O trabalho, desenvolvido ao longo de quatro anos, ampliou em 40% o número de espécies conhecidas na região.

Ao todo, 26 pesquisadores, de nove universidades e instituições de pesquisa, colaboraram com a atualização do inventário ictiológico da bacia. Durante o período do estudo, mais de 50 expedições foram realizadas para coleta de amostras, obtidas com o uso de redes, tarrafas, armadilhas e outros instrumentos. Xyliphius cf. barbatus, Pterolebias phasianus e Cetopsis gobioides estão entre as novas espécies descobertas.

Os peixes coletados foram conservados em formol e enviados à coleção da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Cada exemplar passa por uma minuciosa análise de cor, tamanho, quantidade de nadadeiras e outras características que diferenciam os indivíduos. As descobertas serão divulgadas em publicação de aproximadamente 600 páginas, que deve ser concluída até o final deste mês.

O estudo mostra a importância da preservação do Pantanal, a maior planície inundável do planeta. Para os especialistas, ainda há muitos táxons a serem descritos na região, que abriga índice elevado de endemismo, isto é, espécies únicas, que não ocorrem em nenhum outro lugar do mundo.

“Por mais que a gente tenha conhecimento específico do Pantanal, ainda restam muitas lacunas. Por isso a importância de se estar constantemente atualizando o inventário ictiológico”, destacou o coordenador do laboratório de Ictiologia do Imasul, Heriberto Gimenes Júnior.

Laboratório

O Laboratório de Ictiologia do Imasul abriga 7.500 peixes de 220 espécies. Desse total, 135 são nativas do Pantanal. O projeto atua desde 2015, desenvolvendo diversos trabalhos científicos, incluindo a descoberta de técnicas de reprodução de espécies ameaçadas. No ano passado, o Imasul conseguiu realizar a primeira reprodução do mundo da espécie de peixe cascudo-viola.