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Pesquisadores descobrem espécie de sapo endêmica da Amazônia

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Pesquisadores descobrem espécie de sapo endêmica da Amazônia
Foto: Diego Santana/Arquivo Pessoal

Uma nova espécie de sapo foi descoberta no município de Óbidos, na Amazônia paraense. Encontrado em locais próximos a riachos, o animal é endêmico da floresta, isto significa que ele não pode ser encontrado em nenhum outro lugar do mundo. Com pouco mais de dois centímetros, o pequeno sapo soma-se às quase 500 espécies de anfíbios existentes na Amazônia.

Batizado de sapinho-amazônico-do-garda, o animal foi oficialmente descrito em artigo publicado na revista científica PeerJ, no mês passado, embora tenha sido visto pela primeira vez em 2015. Seu nome é uma homenagem a Adrian Garda, orientador de doutorado de Diego Santana e Sarah Mângia, que descobriram a espécie ao lado do pesquisador Ricardo Koroiv.

A espécie é integrante do gênero amazônico Amazophrynella, atualmente composto por 12 espécies de pequeno porte. Apesar de ser um dos maiores representantes de seu grupo, o sapo é parecido com seus congêneres Amazophrynella manaos e Amazophrynella teko. Possui coloração marrom-avermelhada e barriga esbranquiçada com manchas escuras.

Evidências indicam que o anfíbio possui hábitos matinais, sendo mais ativo entre as 8 e 11 horas da manhã. Para afastar predadores, o animal finge de morto, uma técnica muito comum entre os anuros, conhecida como tanatose. Os pesquisadores ainda não sabem o estado de conservação da espécie e sua alimentação, mas há pistas sobre seus hábitos reprodutivos.

Em fevereiro, época de chuvosa na região, já foram observados casais em posição de acasalamento. “Isso pode indicar que a espécie estava em sua época reprodutiva. No entanto, não observamos machos em atividade de vocalização”, afirmou Sarah Mângia, em entrevista ao G1.

A expectativa dos cientistas é que haja mais espécies como esta na floresta amazônica ainda desconhecidas pela ciência, visto que as últimas dez do gênero Amazophrynella foram descobertas nos últimos seis anos.

De acordo com o estudo, a rápida taxa de descrição, além de outros estudos recentes, mostrou que a diversidade de Amazophrynella é muito subestimada. A degradação ambiental, entretanto, representa um risco para essas espécies.

“Quantas outras novas espécies vivem empoleiradas nas árvores, se escondendo no folhiço e se reproduzindo em lagoas. Agora imagine essas espécies nas árvores que estão sendo cortadas, nos galhos que estão sendo queimados, nos locais onde antes eram lagoas e agora estão secos pelo alastrar do fogo em nossas florestas. Essas são espécies novas que não teremos chance de conhecer nem batizar”, alertou Sarah.