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Emissões de CO2 têm queda histórica no primeiro semestre de 2020

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Emissões de CO2 têm queda histórica no primeiro semestre de 2020

As emissões globais de dióxido de carbono diminuíram 8,8% no primeiro semestre de 2020, em comparação ao mesmo período do ano passado. O motivo são as medidas de isolamento social impostas para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, de acordo com estudo publicado na revista científica Nature Communications.

A análise indicou que, no primeiro semestre, as emissões provenientes dos transportes caíram 40%, enquanto os setores energético e industrial reduziram suas emissões em 22% e 17%, respectivamente.

Segundo os cientistas, a redução observada foi a maior já registrada na história, superando índices de crises econômicas anteriores e da Segunda Guerra Mundial. A queda registrada no período significou 1,551 milhão de toneladas de CO2 a menos na atmosfera.

Para chegar aos resultados, um grupo de pesquisadores da China, França, Japão e Estados Unidos analisou as atividades em tempo real e as emissões diárias ao redor do mundo. Os especialistas afirmaram que as emissões globais por dia foram 17% menores em abril, em relação ao mesmo mês de 2019, no auge da primeira onda de contágio da covid-19.

Apesar dos números representarem um ganho ambiental, “os efeitos de longo prazo da pandemia nas emissões permanecem incertos e dependem de fatores como a eficácia e rigor das políticas de saúde pública, a recuperação das economias e atividades humanas e mudanças persistentes no comportamento humano”, indicou o levantamento.

Na China, por exemplo, já foi observada recuperação das emissões acima dos níveis de 2019, em maio deste ano. Os dados revelam que as emissões quase se recuperaram nos países que mais flexibilizaram as medidas de restrição. Para os autores do estudo, reduções nas emissões a longo prazo exigem um esforço ainda maior.

Eles citam mudanças profundas nos sistemas de produção de energia, descarbonização do transporte e outras ações que podem ajudar a limitar o aquecimento do planeta em vez de diminuir as atividades humanas, como ocorreu durante a pandemia.

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