Ocorrência de desastres naturais aumentou cinco vezes nos últimos 50 anos
A frequência, intensidade e gravidade dos eventos climáticos extremos está aumentando em função do aquecimento global. Nos últimos 50 anos, 79% dos desastres, o que representa mais de 11 mil eventos, foram atribuídos ao clima e a água. Eles custaram mais de 2 milhões de vidas, 3,6 trilhões de dólares à economia mundial e imensuráveis prejuízos ambientais.
A estimativa é que o número de desastres aumentou cinco vezes entre 1970 e 2019, enquanto as perdas econômicas decorrentes deles foram sete vezes maiores. Os dados foram divulgados em relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), vinculada à ONU, no início de outubro.
De acordo com o levantamento, tempestades, inundações, secas e incêndios florestais deixaram cerca de 108 milhões de pessoas necessitando de assistência humanitária internacional apenas em 2018. Em 2030, esse número pode aumentar em quase 50%.
A organização defende o investimento em sistemas eficazes de alerta precoce para reduzir os impactos dos eventos climáticos extremos, que ameaçam, cada vez mais, vidas humanas, ecossistemas e economias.
No relatório, 16 casos de sucesso exemplificam como os sistemas podem ser úteis para prever os impactos de ciclones tropicais, inundações, secas, ondas de calor, incêndios e outros eventos meteorológicos e climáticos.
“Estar preparado e ser capaz de reagir na hora certa, no lugar certo, pode salvar muitas vidas e proteger os meios de subsistência de comunidades em todos os lugares”, disse Petteri Taalas, Secretário-Geral da OMM. Para ele, a recuperação da pandemia é uma oportunidade para avançar em um caminho mais sustentável.
Calor extremo
Os eventos extremos refletem uma tendência de aquecimento, que está se acentuando ao passo que as emissões de gases efeito estufa (GEEs) atingem níveis históricos. Dados do serviço de monitoramento Copernicus, da Agência Espacial Europeia, indicam que setembro de 2020 foi o mais quente desde o início das medições.
A temperatura mundial subiu mais de 1ºC e avança, em média, 0,2ºC por década desde o fim dos anos 1970. Cientistas acreditam que o planeta enfrenta uma emergência climática.
