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Unidades de conservação mineiras tiveram 4,3 mil hectares queimados

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Unidades de conservação mineiras tiveram 4,3 mil hectares queimados
Incêndio no Parque Estadual da Serra do Rola Moça/Crédito: Amda

Todos os dias, novos focos de incêndio avançam sobre as áreas protegidas em Minas Gerais. Até o final de setembro, as unidades de conservação (UCs) geridas pelo governo estadual perderam 4.300 hectares (ha) em 258 ocorrências, o equivalente a mais de quatro mil campos de futebol, área que chega a 6,4 mil/ha, incluindo incêndios nas zonas de amortecimento.

Os dados foram divulgados pela Semad e pelo IEF, responsável pela gestão das unidades. Segundo o balanço, a área atingida dentro das unidades representa 26% da média histórica registrada entre 2013 e 2019, durante os nove primeiros meses desses anos. Apesar da redução da área queimada em Ucs, o Corpo de Bombeiros estima que os incêndios florestais em todo o Estado podem bater recorde em 2020.

Para Dalce Ricas, superintendente da Amda, a divulgação de incêndios limitada às UCs passa à sociedade uma falsa imagem. “A área protegida no Estado por UCs de proteção integral, mal chega a 2% do território. Mas os dados divulgados não incluem esta informação. Aí, fica parecendo que os incêndios foram poucos significativos. Mas sabemos que eles destruíram locais não protegidos como UCs de enorme relevância ambiental. Por que a Semad não divulga o que foi queimado nas áreas consideradas como prioritárias para proteção da biodiversidade e em RPPNs por exemplo?”.

Dalce considera também que a Semad deveria avaliar de forma mais completa e crítica os impactos ambientais causados pelo fogo, informando à sociedade quais regiões e bacias hidrográficas foram mais atingidas, causas prováveis em cada uma delas, incendiários presos, impactos constatados, problemas enfrentados, custos de combate e medidas a serem tomadas.

Ela cita como exemplo a importância de não se permitir uso alternativo do solo em áreas atingidas por incêndios, principalmente nas áreas prioritárias, que incluem as zonas de amortecimento de UCs de proteção integral.