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ONGs ambientalistas reúnem-se com secretário de Meio Ambiente e dirigentes do Sisema/MG

Representantes da Amda e de outras nove organizações ambientalistas participaram de reunião virtual, terça-feira (26), com o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Germano Vieira e dirigentes do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema).

O primeiro tema debatido foi a matriz energética de Minas Gerais, cuja principal fonte continua sendo a energia hidrelétrica, apesar dos impactos ambientais decorrentes. Neste contexto, foi destacado a usina hidrelétrica (UHE) de Formoso, no rio São Francisco, que destruiria o último trecho do rio com qualidade ambiental. Júlio Grillo, da ProMutuca, evidenciou que a UHE geraria aproximadamente 306 megawatts e poderia ser substituída por 300 hectares de placas fotovoltaicas, com custo bem mais baixo.

Dalce Ricas, superintendente da Amda, lembrou que o Estado não tem projeto de economia de energia, citando obrigatoriedade de aquecimento de água por energia solar em construções civis. Marcelo Ladeira, Diretor de Energia da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais não discordou, mas disse que o Estado possui pouca autonomia na área e que anotou observações e sugestões.

Unidades de conservação

A necessidade de criação de unidades de conservação (Ucs) de proteção integral e corredores ecológicos foi outro ponto defendido pelos ambientalistas. O diretor de Unidades de Conservação do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Cláudio Castro, foi questionado por Gustavo Malacco, da Angá, e Dalce sobre criação de novas UCs no Estado. Malacco destacou que o desmatamento e os crimes ambientais continuam ao passo que o Estado não institui novas áreas protegidas.

Segundo o diretor, é possível que na gestão atual novas Ucs sejam criadas, mas a prioridade é a regularização e gestão das unidades já existentes. A superintendente da Amda concordou quanto à necessidade de regularização fundiária das Ucs, mas citou estudos da Conservation International que comprovam que a criação dá o status legal e já possibilita a proteção das áreas.

Dalce lembrou ainda que o governo não regulariza, nem cria novas Ucs usando de terras devolutas e não tem proposta de proteção de ambientes naturais relevantes, que deveria incluir análise nos processos de licenciamento que preveem desmatamento e uso de terras devolutas.

De acordo com Cláudio, a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e a Semad celebraram acordo nesse sentido e acatou sugestão de ter como parâmetro áreas consideradas prioritárias para proteção da biodiversidade.

Além da Amda, participaram da reunião virtual a Associação Para Proteção Ambiental do Vale do Mutuca (ProMutuca); OCS Nova Cambuquira; Associação para a Gestão Socioambiental do Triângulo Mineiro (Angá); Fundação Relictos; Associação Pró Pouso Alegre (Appa); Espeleogrupo Pains (EPA); Instituto SuperAÇÃO, Brigada 1 e Associação Amigos de Iracambi.