Raposa-do-campo é morta em atropelamento no Parque da Serra do Rola Moça
Todos os anos, milhões de animais perdem suas vidas nas estradas brasileiras, o que faz do atropelamento uma das ameaças mais expressivas à fauna silvestre no país. No Parque Estadual da Serra do Rola Moça, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), a última vítima foi uma raposa-do-campo, encontrada morta após ser atropelada no início deste mês.
A espécie é uma das mais impactadas pelos atropelamentos. Segundo o pesquisador da Universidade Federal de Goiás e coordenador do grupo de pesquisa do Programa de Conservação Mamíferos do Cerrado (PCMC), Frederico Lemos, mais da metade das perdas de raposas-do-campo (Lycalopex vetulus) e lobos-guará (Chrysocyon brachyurus) são por atropelamento e caça por retaliação.
Dados da Avaliação Nacional do Risco de Extinção de Mamíferos Carnívoros, realizada em 2018, indicou que em 80% das espécies avaliadas, a ameaça de atropelamentos em rodovias e ferrovias foi uma das mais significativas. Os números são referentes a animais monitorados em zonas modificadas pelo homem, sobretudo na área central do país.
O parque do Rola Moça, por ser rota para condomínios e minerações, coleciona acidentes envolvendo veículos e animais. Apesar das curvas fechadas e quebra-molas, há trechos em que os carros atingem altas velocidades e que podem ser travessia de animais. A unidade ainda sofre com a falta de travessias para a fauna, sinalização, redutores de velocidade e fiscalização.
O Sistema Urubu, desenvolvido pelo Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE), estima que 1,3 milhão de animais são atropelados por dia no Brasil. Apenas a região sudeste é responsável por 56% dos atropelamentos de todo o país. Os mamíferos são os mais afetados, seguidos por aves, répteis e anfíbios.
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