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Área de garimpo ilegal se recupera no Vale do Jequitinhonha

Área de garimpo ilegal se recupera no Vale do Jequitinhonha
Local onde garimpo foi fechado em 2019./Crédito: Viviane Lacerda

A área que abrigava o garimpo ilegal de Areinha, na região nordeste de Minas Gerais, está finalmente se recuperando. Passado mais de um ano desde a interrupção das atividades, equipes da Polícia Federal e do governo do Estado sobrevoaram o local e encontraram indícios de crescimento da vegetação e recomposição dos bancos de areia, destruídos pela extração mecanizada e clandestina de pedras preciosas.

Existente há décadas, a extração de ouro e diamante em Areinha se intensificou nos últimos anos, com o encerramento das atividades em 2019, por efeito da operação “Salve o Jequitinhonha”. Deflagrada em abril do ano passado, a ação da Polícia Federal em parceria com o governo de Minas promoveu apreensão e destruição de equipamentos pesados utilizados na extração mecanizada ao longo rio Jequitinhonha.

De acordo com o superintendente de Fiscalização da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Flávio Augusto Aquino, um ano depois desse trabalho, não foram encontrados vestígios de máquinas na região do antigo garimpo e também foi observado o início do processo de regeneração do meio ambiente em algumas áreas.

O chefe da Divisão de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da Polícia Federal, Luiz Augusto Pessoa Nogueira, explicou que, no início, o garimpo era pequeno, quase artesanal, mas a atividade expandiu-se e equipamentos pesados passaram a ser utilizados no local. “Ao longo de 2018, isso aumentou de forma absurda porque um garimpeiro encontrou uma gema de R$ 5 a 10 milhões, intensificando a exploração e a degradação no local” disse.

O garimpo de Areinha tornou-se um negócio lucrativo e que movimentava a economia local, sendo subsidiado pelo crime organizado. Grande número de pessoas também trabalhava no local, cerca de 3 mil, de acordo com estimativas locais. A consequência direta da exploração desordenada foi a degradação do rio Jequitinhonha, classificado, por lei, como rio de preservação permanente.

Impactos ambientais

Ao contrário do garimpo artesanal, a modalidade mecanizada, quando operada de forma irregular, apresenta grandes riscos ambientais. A extração industrial clandestina pode ocasionar assoreamento de cursos d’água, remoção da vegetação, alterações no padrão de qualidade da água e inúmeros impactos à biodiversidade local.