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Inquérito apura transferências milionárias em contas de Ricardo Salles

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Inquérito apura transferências milionárias em contas de Ricardo Salles
Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Mais um escândalo envolvendo o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Em inquérito aberto para investigar suposto enriquecimento ilícito, o Ministério Público de São Paulo identificou transferências milionárias em contas operadas pelo político. O órgão agora investiga suspeitas de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.

As informações, obtidas pela Revista Crusoé, indicam que Salles repassou R$ 2,75 milhões da conta de seu escritório de advocacia para a sua conta pessoal em 54 transferências, feitas entre 2014 e 2017.

A investigação, aberta em agosto do ano passado, irá analisar transações feitas ao longo da carreira pública de Salles, que deixou a advocacia para trabalhar na gestão do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). O primeiro cargo que exerceu foi de secretário particular do governador (2013 a 2014), depois comandou a Secretaria de Meio Ambiente de 2016 até 2017.

Quando foi candidato a vereador pelo PSDB, em 2012, Salles declarou possuir R$ 1,4 milhão à Justiça Eleitoral, proveniente de aplicações financeiras, um automóvel, uma motocicleta e 10% de um apartamento. Em 2018, quando se candidatou a deputado federal pelo Novo, os bens do político correspondiam a R$ 8,8 milhões.

O montante refere-se a dois apartamentos de R$ 3 milhões cada, R$ 2,3 milhões em aplicações e um barco de R$ 500 mil. Em apenas cinco anos, Salles teria acumulado R$ 7,4 milhões. Corrigindo o valor pela inflação, estima-se que seu patrimônio aumentou em 335%.

Em sua conta no Twitter, o ministro do Meio Ambiente contestou as acusações e afirmou ser mentirosa a matéria que divulgou a investigação. “Todos os meus rendimentos ditos repassados são honorários declarados e decorrentes da minha atividade privada como advogado, fora do Governo, a qual muito me orgulho. Não tenho nada a esconder, de ninguém”, declarou.

Boiada de Salles

As suspeitas de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro vão para o rol de polêmicas do ministro Ricardo Salles, que propôs – durante a reunião ministerial do dia 22 de abril – aproveitar o caos gerado pelo novo coronavírus para desmantelar a legislação ambiental.

Para ele, mais de 20 mil mortes são oportunidade para deixar “a boiada passar” e simplificar todas as normas que ainda protegem o meio ambiente. Em nota, a Amda alertou que o Brasil poderá tornar-se o maior contribuinte da degradação ambiental do planeta, manchando para sempre sua história.

A entidade espera que empresas, políticos e instituições da sociedade brasileira que agem com responsabilidade socioambiental reajam a tanto desmando, antes que a boiada passe sobre o meio ambiente de forma irrecuperável.

Leia posicionamento da Amda na íntegra