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Duas novas libélulas são descobertas no Parque Estadual da Serra do Papagaio

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Duas novas libélulas são descobertas no Parque Estadual da Serra do Papagaio
Uma das espécies já teve trabalho de descrição concluído/Crédito: Marcos Magalhães

Pesquisadores identificaram duas espécies de libélulas ainda desconhecidas pela ciência no Parque Estadual da Serra do Papagaio, no sul de Minas Gerais. Com o processo de descrição concluído, uma delas já pode ser catalogada. A outra se trata de uma novidade do gênero Heteragrion e os trabalhos de identificação do inseto estão em andamento.

Em breve a descoberta da primeira espécie será oficializada em uma revista científica e ela entrará para o time das 60 libélulas da família Libellulidae do gênero Erythrodiplax existentes no mundo. Será também a 41º representante do grupo com ocorrência no Brasil.

De porte médio e coloração azul-esverdeada, a nova variedade do gênero Erythrodiplax foi identificada em áreas montanhosas de floresta mista, principal domínio da Serra do Papagaio, onde os pesquisadores coletaram dois machos adultos.

As pesquisas, coordenados pelo professor Marcos Magalhães de Souza, do Instituto Federal Sul de Minas, e pelo mestrando da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Caio dos Anjos, ainda podem resultar na descoberta de uma terceira libélula, que está sendo investigada.

Ao todo, exemplares de aproximadamente 70 variedades foram coletados na unidade de conservação, entre 2015 e 2017, para auxiliar na descoberta e catalogação das espécies. Os indivíduos foram enviados à Coleção Entomológica Padre Jesus Santiago Moure, da UFPR.

“No meio desse lote coletado, temos uma nova espécie que está pronta, uma outra que também é nova, mas ainda não finalizamos a descrição, e uma terceira que pode ser um bicho raro, com um registro do século XIX e que já estava extinta. A informação não está confirmada, mas sabemos que se não for o bicho raro será a terceira espécie inédita”, afirmou Marcos Magalhães.

O professor apontou a importância dos novos registros, sobretudo para a unidade de conservação. Para ele, as descobertas mostram a relevância em termos de diversidade e a necessidade de preservação do parque, para que não se perca esse patrimônio de milhões de anos.

O processo de catalogação das espécies é complexo e pode levar anos. Depois de coletados em campo, os exemplares vão para laboratório, onde são feitas análises da genitália, coloração, nervação das asas e de outras características. O próximo passo é comparar o que foi observado nos indivíduos com as espécies já catalogadas e, assim, descobrir se é ou não uma nova variedade.

Com informações do Instituo Estadual de Florestas (IEF)

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