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Greenpeace protocola ação no STF contra Ricardo Salles

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Greenpeace protocola ação no STF contra Ricardo Salles
Protesto do Greenpeace em frente ao Palácio do Planalto. Grupo simulou derramamento de óleo / Crédito: Adriano Machado/Greenpeace

O Greenpeace protocolou, na última quarta-feira (30), uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Pela rede social Twitter, o ministro insinuou que o navio da organização seria responsável pelo derramamento de óleo que assola praias do litoral brasileiro.

A organização entrou com uma queixa-crime contra o ministro por difamação e exemplificou três falas públicas de Salles. Na primeira ocasião, ele chamou os ativistas de “ecoterroristas” e depredadores do patrimônio público. O ministro utilizou novamente o adjetivo “terrorista” para se referir aos integrantes da organização quando compartilhou notícia sobre entrevista concedida pelo Greenpeace ao CB.Poder. A última ocasião, mais recente, refere-se à insinuação de Salles de que o navio da organização estava navegando em águas internacionais no litoral nordestino na mesma época em que ocorreu o primeiro registro de óleo na praia, no final de agosto. Era mentira. O navio Esperanza estava no litoral da Guiana Francesa entre agosto e setembro.

Depois de o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, compartilhar uma matéria sobre a acusação e solicitar posicionamento oficial do ministro, Salles mudou o foco da acusação para negligência da ONG, que não “prontificou ajuda” para limpar as praias.

Para o Greenpeace, é “inconcebível que, neste cenário de emergência social e ambiental, exatamente o ministro do Meio Ambiente tenha tempo e disposição para levantar falsas acusações nas redes sociais”. Em nota, a organização pontua que o ministro e todo o governo deveriam concentrar esforços em prestar assistência à população atingida, além de promover a recuperação dos gravíssimos danos ambientais.

“Ministros de Estado devem apresentar postura pública à altura do cargo que ocupam. Acusações levianas e irresponsáveis, vindas de tais autoridades, constituem fato grave e não podem ser normalizadas. O processo que ora iniciamos contra o Sr. Ministro é também uma forma de repúdio por tais comportamentos”, enfatizou o Greenpeace.

A Amda se solidariza com o Greenpeace e lembra seu importante papel mundial na defesa do meio ambiente e o parabeniza pela corajosa ação de protesto pela tragédia ambiental do óleo, que já causa e causará danos econômicos e ambientais catastróficos. “Sem dúvida, ela é compatível com as tragédias de queimadas e desmatamento na Amazônia, atropelamento de fauna, incêndios de forma geral e derrubada de quase toda Mata Atlântica”, disse a superintendente da Amda, Dalce Ricas.