Brigadistas da Amda flagram lobo-guará e filhotes tentando escapar de incêndio florestal

A equipe de brigadistas da Amda flagrou um lobo-guará fêmea e seus dois filhotes tentando escapar do fogo que atingiu a Estação Ecológica de Arêdes, na região metropolitana de Belo Horizonte. O caso aconteceu neste domingo (28) e evidencia as ameaças dos incêndios florestais à fauna silvestre.

Todos os anos as queimadas destroem centenas de hectares de áreas protegidas que abrigam rica biodiversidade e protegem espécies ameaçadas de extinção, como o lobo-guará. Indefesos, os animais se desesperam para fugir das chamas, que se alastram rapidamente. Com ventos fortes o cenário é ainda mais desolador. Se o fogo avançasse na direção do vento, os filhotes teriam pouca chance de fuga.

“Essa cena é comum em praticamente todos os incêndios. Se não houvesse combate, a possibilidade dos filhotes e da mãe morrerem seria muito grande”, lamentou Dalce Ricas, superintendente da Amda. Além de colocar a vida dos animais em risco, as queimadas interferem negativamente na vida dos sobreviventes, pois o fogo mata boa parte das fontes de alimentação, como roedores e espécimes frutíferas, no caso do lobo-guará, por exemplo.

O tempo seco, a baixa umidade e os fortes ventos fazem a combinação perfeita para que uma simples queimada tome proporções devastadoras. O fogo mata animais vivos, deixa dolorosas queimaduras em seus corpos e os expulsa de seu próprio habitat, que deveria ser um local de segurança. No caso registrado, o fogo foi debelado e os brigadistas avistaram a mãe caminhando na direção dos filhotes, numa área protegida das chamas. Em outro combate, realizado no último dia 19 em Itabira, a equipe da Amda resgatou um coelho-do-mato, vítima do fogo. O animal teve queimadura leve e foi entregue ao Sargento Adão, do 4º Pelotão de Meio Ambiente e Trânsito da Polícia Militar de Minas Gerais.

Lobo-guará

Ele é o maior canídeo da América do Sul, mas é tímido, inofensivo e vive sozinho. Por sua pelagem colorida e elegância caracterizada pelas longas pernas, é considerado uma das mais belas espécies da fauna brasileira. O lobo-guará é onívoro, ou seja, alimenta-se de animais (pequenos roedores, aves, insetos) e de vegetais, sendo a fruta-do-lobo sua preferida. Ela funciona como um vermífugo natural: sem ela, o animal morre de complicações renais causadas por nematódeos (também chamados vermes cilíndricos).