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Fundação SOS Mata Atlântica lança atlas de desmatamento do bioma em Minas Gerais

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Fundação SOS Mata Atlântica lança atlas de desmatamento do bioma em Minas Gerais
Mata Atlântica / Crédito: Carla Costa/Amda

Press Release

Belo Horizonte, 12 de junho de 2019 – Pela sexta vez Minas Gerais lidera o ranking de desmatamento da Mata Atlântica. O estado foi responsável pela destruição de 3.379 hectares (ha) entre 2017 e 2018, segundo o Atlas da Mata Atlântica, desenvolvido pela Fundação SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Mário Mantovani, diretor da Fundação SOS, fará o lançamento do Atlas em Minas nesta quinta-feira (13), durante o Encontro Nacional do Diálogo Florestal.

Minas foi campeã do desmatamento no bioma por cinco anos consecutivos. Nas últimas duas edições perdeu a liderança para a Bahia, que destruiu 4.050 ha em 2018 (16-17) e 12.288 ha em 2017 (15-16). Nos dois anos Minas ficou em segundo lugar no ranking: em 2017 foram 7.410 ha destruídos e, no ano passado, 3.128 ha. Os dados mostram o esforço da Bahia para frear a destruição da Mata Atlântica, enquanto Minas segue destruindo o bioma. Neste ano, o índice de perda aumentou 251 hectares em relação à última edição, enquanto a Bahia recuou, ficando em quarto lugar no ranking com o desmatamento de 1.985 ha.

Dalce Ricas, superintendente da Amda, ficou surpresa com a retomada do desmatamento em Minas. “Os dados referem-se ao governo de Fernando Pimentel. Esperamos esclarecimento por parte da Semad, já que segundo a pasta o desmatamento estava sob controle. Autorizar supressão de vegetação virou quase ‘segredo de Estado’ após promulgação da Lei nº 21.972/2016 no início do governo anterior. Essa situação, aliada ao fato de que o Estado não tem plano definido para proteger a Mata Atlântica, mostra os riscos que os fragmentos restantes do bioma no Estado correm”, afirmou.

Ela lembrou ainda que nada justifica o desmatamento, pois além do grande estoque de terras já desmatadas em Minas, que estão abandonadas ou subutilizadas, a produção de madeira para diversos fins, inclusive carvão, a partir de plantios de espécies comerciais como o eucalipto, é alternativa dominada em termos tecnológicos.

Diálogo Florestal

O Diálogo Florestal é uma iniciativa independente que facilita a interação entre representantes de empresas do setor de base florestal, organizações ambientalistas e movimentos sociais destinada a implementar uma nova maneira de dialogar entre estes setores historicamente antagônicos. O Diálogo nacional possui representação em diversos pontos do país, os chamados Fóruns Regionais. Em Minas Gerais, a Amda articulou a criação, em 2008, do Fórum Florestal Mineiro. Seu objetivo é promover o diálogo entre organizações ambientalistas e empresas que tenham como meta eliminar o uso de carvão vegetal nativo, adotem ações para proteção e preservação da biodiversidade.

Nesta semana o Diálogo promove o Encontro Nacional. Mário Mantovani, diretor da Fundação SOS Mata Atlântica, participará da mesa redonda “paisagens” na quinta-feira (13), a partir de 10h40, abordando os desafios para uma visão integrada de paisagem. Em seguida, às 12h, Mantovani lançará o Atlas da Mata Atlântica.