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Calor nos oceanos bate recorde em 2018

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Calor nos oceanos bate recorde em 2018

Responsáveis por absorver 93% do excesso de calor que é retido no planeta pela camada atmosférica de gases poluentes, os oceanos têm sido os mais afetados pelas mudanças do clima. No ano passado as temperaturas registradas nos mares foram as maiores dos últimos 60 anos, indicaram cientistas em estudo publicado na revista Advances in Atmospheric Sciences, no último dia 15.

Com base nos dados coletados pelo Instituto de Física Atmosférica da Academia Chinesa de Ciências, os pesquisadores ainda puderam ver que o ano passado não foi um caso isolado, uma vez que os últimos cinco anos foram considerados os mais quentes desde a década de 1950. De acordo com o estudo, a tendência de aquecimento se intensificou no final do século passado.

Além de prejudicar a vida marinha, o aquecimento das águas causa fenômenos como a expansão térmica, responsável por aumentar o nível do mar e facilitar a contaminação de águas costeiras doces por águas salgadas. Chuvas fortes também ganham força com o calor, pois alterações no clima oceânico interferem diretamente na temperatura e umidade do ar.

As consequências já estão sendo sentidas. Em 2018, o nível do mar aumentou em média 1,4mm ao redor do globo em relação ao ano anterior. Em muitas regiões, como na Grande Barreira de Corais australiana, as perdas são significativas. Os recifes da região sofrem principalmente com o processo de branqueamento, no qual as algas responsáveis por dar cor e vida ao coral são expulsas pelo calor das águas.

O levantamento ainda deixou uma lista de consequências caso os oceanos continuem a aquecer, incluindo o derretimento de geleiras, amplificação de secas, ondas de calor e incêndios florestais. Ao apresentar a tendência para os próximos anos, os especialistas são unânimes: sem mudanças, os oceanos terão aquecido até seis vezes mais do que nos últimos 60 anos até o final do século.

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