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Vitória de Bolsonaro pode alavancar desmatamento na Amazônia

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Vitória de Bolsonaro pode alavancar desmatamento na Amazônia
Imagem aérea mostra desmatamento na Amazônia / Crédito: Paulo Whitaker/Reuters

Para o ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, uma possível vitória do candidato Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República provocará a imediata retomada de crescimento do desmatamento da Amazônia. Com base nas declarações do candidato, Duarte teme ainda a retirada do Brasil do Acordo de Paris, que tem como objetivo conter as mudanças climáticas.

“Em vez de passar uma mensagem de que vai combater o desmatamento ilegal, o crime organizado, ele indica que vai atacar o Ministério do Meio Ambiente (ao propor fusão com o Ministério da Agricultura), o Ibama e o ICMBio. É o mesmo que um governante dizer que vai retirar a polícia das ruas”, afirmou Duarte.

O ministro cita ainda como perigosa a possível exclusão do país ao Acordo de Paris, compromisso internacional para reduzir o aquecimento global. O Brasil assumiu como meta a redução de 43% das emissões de gases de efeito estufa até 2030. Para isso, uma das principais estratégias é zerar o desmatamento ilegal da Amazônia até a data estabelecida.

Duarte lembra que o Brasil se candidatou para ser sede da Conferência do Clima da ONU no que vem, a COP 25. Os encontros ocorrem anualmente para que os países definam conjuntamente como avançar para o cumprimento do acordo. No último dia 4, a Venezuela foi o último país a aprovar que a conferência seja realizada em território brasileiro. Por regras da ONU, todos os países do continente devem concordar que uma determinada nação exerça esse papel.

Se Bolsonaro ganhar e mantiver a sinalização de que vai retirar o Brasil do acordo, a COP 25 pode não ocorrer aqui. “Logo depois das eleições, vamos dialogar com a equipe de transição para definir a manutenção da candidatura. Vai depender da posição do candidato eleito. Se ele for reativo ao esforço mundial para conter o avanço das mudanças climáticas, entendo que o diálogo ficará dificultado”, alertou o ministro.

“Mas pretendemos mostrar como é importante para o Brasil a realização dessa conferência. Inclusive para mostrar os resultados já alcançados, que fazem do país uma nação bastante interessante para atrair investimentos de vários setores em sustentabilidade. É isso ou colocar o Brasil nas trevas como um país que agride o meio ambiente, o que pode nos deixar em uma situação difícil inclusive do ponto de vista comercial”, complementou Duarte.

Com informações do Estadão

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