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Gigantes da moda vão banir uso da lã mohair após denúncia de maus tratos a cabras

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Gigantes da moda vão banir uso da lã mohair após denúncia de maus tratos a cabras
Cabras angorás são visadas pela pelagem macia que possuem.

Após a divulgação de um vídeo em que cabras angorás são torturadas para obtenção da lã mohair, grandes nomes da indústria da moda, como Gap, Zara, H&M e Topshop pretendem banir o uso do material. A ONG People for the Ethical Treatment of Animals (Peta), responsável pelo vídeo, informa que as imagens foram feitas por testemunhas oculares entre janeiro e fevereiro deste ano em 12 fazendas da África do Sul. De acordo com a Peta, cerca de 50% da lã mohair do mundo é proveniente do país africano.

A lã mohair é produzida a partir do pelo das cabras da raça angorá e empregada na confecção de blusas, casacos, lenços de inverno e outros produtos. É muito utilizada pela sua maciez e conforto.

O vídeo da Peta é perturbador e revoltante. Os animais são arrastados e carregados pelos chifres, pernas ou cauda; arremessados de um canto a outro; e têm o pelo cortado enquanto tosquiadores os seguram pelo rabo. As imagens revelam ainda um abatedouro, com homens arrancando peles e esfaqueando um animal que ainda agonizava. As cabras têm as orelhas marcadas como gado bovino. As sobreviventes ficam expostas ao vento e chuva, além de conviver com feridas abertas ou suportar a dor de suturas feitas sem anestesia.

Agricultores confessaram que muitas cabras morriam após a tosa. Cerca de 40 mil animais morreram em apenas um final de semana. As cabras sem serventia comercial eram assassinadas por métodos cruéis, como choques ou mutilações em seus corpos.

Após o escândalo, muitas empresas se posicionaram contra o uso da lã mohair. A Gap Inc. não irá mais fornecer produtos feitos com o material para suas marcas, incluindo Old Navy, Banana Republic e Athleta. O Arcadia Group também não comprará mais a lã para nenhuma de suas marcas: Topshop, Evans, Outfit, dentre outras. Já o conglomerado Inditex, responsável pela Zara, e as oito marcas do grupo H&M estarão sem mohair até 2020.

A ONG solicita que as autoridades competentes investiguem e registrem as acusações pelas violações da Lei de Proteção aos Animais da África do Sul. A indústria sul-africana de lã mohair declarou que toda produção em fazendas envolvidas na investigação será suspensa e retirada dos leilões até que passe por auditoria e seja comprovado que está de acordo com as orientações da indústria.

Coelhos angorás

As ovelhas não são as únicas exploradas para obtenção de lã. Os coelhos angorás – conhecidos pela pelagem macia – são cruelmente torturados para retirada de seu pelo, que é arrancado, cortado ou raspado. A remoção abrupta dos fios causa grande dor aos animais, que não são anestesiados. Na raspagem ou corte, suas patas são amarradas e as ferramentas utilizadas são bastante afiadas, o que pode provocar ferimentos e lesões.

Cinco anos atrás, varejistas como Zara, Gap e H&M prometeram parar de vender artigos feitos de pelo de coelho angorá. A motivação veio de outro vídeo, divulgado também pela Peta, que mostra a exploração dos animais para a retirada de seus pelos na China. Gucci, Armani, Versace e Michael Kors estão entre os representantes da alta costura que baniram o uso de pelo animal em suas confecções.

Antes de comprar roupas e acessórios é importante que o consumidor leia as etiquetas e certifique-se que não está adquirindo itens feitos à custa do sofrimento animal. Não fomente esse mercado cruel!