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Orangotangos-de-bornéu perderam 50% de sua população em 16 anos

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Orangotangos-de-bornéu perderam 50% de sua população em 16 anos
Créditos: Fundação Borneo Orangutan Survival

A derrubada de florestas para obtenção de madeira, papel e óleo de palma tem sido apontada como uma das principais causas para a perda de quase 150 mil espécimes de orangotangos-de-bornéu (Pongo pygmaeus) nos últimos 16 anos. A população do primata diminuiu 50% desde 1999, segundo estudo publicado na revista científica Current Biology, no mês passado.

Mineração e caça furtiva são outros fatores que estão contribuindo para o desaparecimento dos macacos. A estimativa é que ainda restam entre 70 mil e 100 mil indivíduos. Na pior das hipóteses, se pressupõe que 45 mil orangotangos-de-bornéu morram nos próximos 35 anos, deixando a espécie à beira da extinção.

Os dados, compilados por pesquisadores de 38 institutos internacionais entre 1999 e 2015, indicaram o contingente populacional da espécie através do número de ninhos existentes na Ilha de Bornéu. Na análise dos bandos, os cientistas perceberam que apenas 38 dos 68 grupos analisados possuíam mais de 100 indivíduos – índice mínimo para se estabelecer uma população viável.

“O declínio da densidade populacional foi mais grave em áreas que foram desmatadas ou transformadas para agricultura industrial, já que os orangotangos batalham para sobreviver fora das áreas florestais”, explicou a autora principal da pesquisa, Maria Voigt, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva.

Para surpresa dos pesquisadores, o maior número de orangotangos desapareceu em áreas de vegetação preservada, indicando que essas mortes seriam decorrentes da caça e retaliações.

Espécie

Considerado um dos maiores símios da Ásia, o orangotango-de-bornéu vive nas florestas tropicais úmidas da Ilha de Bornéu, situada em Brunei, Malásia e Indonésia. Ele está classificado como ameaçado de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

Em busca da sobrevivência, o primata está tentando se adaptar ao novo ambiente. Atualmente a espécie se desloca com mais frequência e está se alimentando de plantas que antes não faziam parte do seu cardápio, como os dendezeiros e acácias.