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Greenpeace rompe negociação com a JBS

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Greenpeace rompe negociação com a JBS
Crédito: Greenpeace/Daniel Beltra

Depois de se envolver em mais um escândalo, o Greenpeace resolveu suspender as negociações com a JBS em relação ao Compromisso Público da Pecuária na Amazônia, na qual a empresa é signatária desde 2009. A maior produtora de proteína animal do mundo foi multada pelo Ibama por comprar gado de fazenda embargada.

Desde o dia 17 de março, a JBS está no olho do furacão após uma mega operação da Polícia Federal, a Carne Fraca, colocar a marca como uma das investigadas por vender carnes impróprias para consumo. Após a Carne Fraca, veio a Carne Fria, deflagrada pelo Ibama, que investigou frigoríficos e fazendas que comercializaram gado criado em áreas embargadas por desmatamento ilegal no Pará.

A JBS foi multada no último dia 22 em mais de R$ 24 milhões pelo Ibama. A empresa teve suas unidades em Redenção e Santana do Araguaia, no sul do Pará, embargadas pelo órgão. A prática é considerada crime ambiental e está em desacordo com o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) da Carne, firmado em 2009 entre Ministério Público Federal e 69 empresas, incluindo a JBS.

Há oito anos, os maiores frigoríficos do país assumiram compromisso de monitorar sua cadeia produtiva e excluir dos fornecedores fazendas que desmataram ilegalmente, utilizaram trabalho escravo ou que invadiram terras indígenas e unidades de conservação. A JBS, dona das marcas Friboi, Seara e Swift, era uma das principais signatárias do acordo.

“A empresa deverá apresentar melhoria no seu sistema de seleção de fornecedores, bem como melhorar suas auditorias públicas de terceira parte, para que possa garantir que está cumprindo com todos os critérios do compromisso. Cabe à empresa aproveitar esse momento e cobrar conjuntamente com as outras empresas que haja mais transparência nos instrumentos públicos existentes, como o Cadastro Rural Ambiental (CAR) e Guia de Trânsito Animal (GTA). Com esses dois instrumentos transparentes e públicos seria possível o rastreamento da cadeia de fornecedores, inclusive indiretos”, afirmou Cristiane Mazzetti, da Campanha da Amazônia do Greenpeace.