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Novo modelo de negócios

Cada vez mais empresas brasileiras investem em um tipo de unidade de conservação única no mundo em se tratando de propriedade particular. Trata-se da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), uma área de conservação criada a partir da vontade do dono da terra, que assume voluntariamente o compromisso de conservar a natureza, garantindo que a área seja protegida para sempre — ainda que venha a ser vendida, doada ou passada adiante por herança. A informação foi divulgada na edição de hoje, do jornal Brasil Econômico.


"A prática está se disseminando, principalmente entre empresas ligadas ao agronegócio e ao setor florestal", declarou Rodrigo Castro, presidente da Confederação Nacional de RPPNs. "Apesar disso, muita gente se assusta ao saber que, uma vez instituído esse tipo de reserva, a área jamais poderá perder essa característica."


Para Beto Mesquita, do Instituto Bioatlântica, o aumento do interesse em criar RPPNs reflete a necessidade dessas empresas de tornarem bem visível o compromisso com a proteção ambiental.


O jornal ouviu algumas empresas, dentre elas a Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG). Newton Schimdt Prado, responsável por quatro RPPNs da estatal, afirmou que o objetivo não é econômico, "mesmo porque acarreta um custo". Ele garantiu que a empresa investe na fiscalização, monitoramento e manejo ambiental, pesquisas e programas de educação, seguido a legislação ambiental do estado.


Além dos dividendos para a imagem, destacou o jornal, "o retorno pode se dar indiretamente. A manutenção de fragmentos de floresta nativa é favorável para a manutenção de negócios ligados à área florestal e agrícola".


A Fibria, por exemplo, empresa que resultou da união da Aracruz Celulose e da Votorantim Celulose e Papel, possui uma área de 1 milhão de hectares, sendo 40% destinados à preservação de mata nativa. De acordo com a publicação, parte foi transformada em três RPPNs, totalizando quase 3 mil hectares. Mais 3.757 hectares estão em processo de criação. Hoje, em todo o Brasil, há quase mil RPPNs, que protegem — para sempre — cerca de 700 mil hectares de terra.