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Informações Ambientais

Iniciativas substituem plástico por componentes sustentáveis

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Iniciativas substituem plástico por componentes sustentáveis
Crédito: Sorbos

Copos, canudos, embalagens, roupas, cosméticos, produtos de higiene pessoal, garrafas e até o glitter ou purpurina são compostos de plástico. Após o uso, a maior parte é descartada pela população em qualquer lugar, preferencialmente em cursos d’água. A durabilidade do plástico lhe conferiu grande aceitação no mercado e inegáveis utilidades. Mas essa característica também o transformou em um dos grandes vilões do meio ambiente. Das 8,3 bilhões de toneladas de plástico produzidas de 1950 até 2015, cerca de 6,3 bilhões já foram descartadas. De todo esse lixo, apenas 9% foram reciclados e 79% estão em aterros ou no ambiente. Reduzir seu uso é prioridade para salvar a vida no planeta, e já existem várias iniciativas que substituem o plástico por matérias-primas ecologicamente corretas para fabricação de produtos cotidianos.

Canudinhos

Apenas nos Estados Unidos são utilizados 500 milhões de canudos diariamente. Feito de polipropileno e poliestireno, eles demoram cerca de 400 anos para se decompor na natureza. Pensando nisso, ambientalistas e celebridades encabeçaram campanhas contra o uso dos canudos através das hashtags #PlasticPollutes (poluentes plásticos), #RefusePlasticStraws (recuse canudos de plástico) e #StopSucking (pare de sugar). Assista ao vídeo da campanha.

Os espanhóis não ficaram para trás. Víctor Sánchez, Enric Juviña, Michael Baraffé e Carlos Zorzano desenvolveram o Sorbos, um canudo comestível, biodegradável e reciclável. Os produtos estão disponíveis na loja online da marca nos sabores morango, lima, limão e maçã. Quem preferir pode encomendar seu canudo personalizado.

Os americanos da empresa Hay! Straws inovaram com um canudo feito a partir do trigo e 100% biodegradável. Os interessados podem comprar o produto na loja online da empresa. Já a empresa alemã Wisefood criou o Eatapple, um canudo comestível e biodegradável, à base do bagaço de maçã. Os canudos podem ser adquiridos pelo próprio site nos sabores morango e maçã.

Fralda verde

Dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) mostram que o Brasil é um dos maiores consumidores de fraldas descartáveis do mundo. O número de produtos descartados no país chegou a 7 bilhões em 2014. Como o material é feito de plástico, a estimativa é que até 2414, boa parte ainda esteja no ambiente. A boa noticia é que já existem alternativas para a fralda de plástico, além do modelo de pano.

A Herbia Baby é um exemplo nacional de fralda descartável e biodegradável. Tanto a embalagem, quanto a camada plástica do produto são feitas à base de milho e batata. Dessa forma, as fraldas se decompõem mais rápido e o bebê não entra em contato com os resíduos químicos presentes no plástico. As tintas utilizadas na fabricação são à base de água e nenhum teste dermatológico é realizado em animais.

Absorvente reutilizável

Popularizado nos últimos anos, os coletores menstruais têm se mostrado economicamente vantajosos e sustentáveis. Produzidos com silicone médico, o material é higiênico, flexível, hipoalergênico e reutilizável, podendo durar até 10 anos.

Garrafas plásticas

Pesquisas indicam que 1 milhão de garrafas de plástico são compradas por minuto em todo o mundo. Menos de 50% são coletadas para reciclagem e apenas 7% são transformadas em novas garrafas. O restante das garrafas é despejado em cursos d’água e vão parar no mar. Com intuito de reverter esse cenário, o prefeito de Londres, Sadiq Khan, apostou na instalação de bebedouros de água potável públicos pela cidade, iniciativa pioneira no planeta.

A primeira fonte foi instalada em março deste ano na Carnaby Street, um dos pontos de compras mais movimentados de Londres. A estação de Liverpool Street também será contemplada com a medida. Estima-se que até o final do ano outros 20 bebedouros serão implantados na capital britânica.

Trata-se de medida simples, mas de gigantesco alcance na luta por uma sociedade mais sustentável ambientalmente. “Não podemos apostar em mudança comportamental da população. A maior parte das pessoas, por motivos diversos, não reage positivamente aos alertas sobre os impactos da geração de lixo no planeta. Produtos biodegradáveis /reutilizáveis como os mencionados e iniciativas como a da prefeitura de Londres mostram que temos alternativas. É preciso, no entanto, que elas se espalhem”, alerta Dalce Ricas, superintendente da Amda.