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Espécie da vez

Tatu-canastra é o maior tatu do mundo

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Tatu-canastra é o maior tatu do mundo

Um animal de hábitos noturnos e solitários, com dieta à base de cupins e formigas, que vive em tocas escavadas próximas a cupinzeiros: esse é o tatu-canastra (Priodontes maximus). Também chamado de tatu-gigante e tatuaçu, faz jus aos nomes com seus 1,6 metros de comprimento e peso de até 60 quilos.

Tanto a designação “maximus” quanto o sufixo indígena “açu” fazem referência ao grande porte do animal, considerado o maior tatu do mundo. Apesar do tamanho avantajado, é difícil avistá-lo na natureza, pois passa a maior parte do tempo debaixo do solo. Por esse motivo também é um dos mamíferos de grande porte menos estudados no Brasil.

O tatu-canastra é reconhecido pela carapaça resistente, que possui de 11 a 13 cintas móveis flexíveis, e pelas garras alongadas, que chegam aos 20 centímetros. O acessório é útil na busca por alimento e na escavação de tocas, que têm aproximadamente 31 centímetros de altura e 47 de largura.

Embora sua dieta seja rica em insetos, também se alimenta de aranhas, minhocas, larvas, cobras e carniça, ocasionalmente. Ao contrário de outros tatus, o canastra costuma destruir os cupinzeiros quando está se alimentando, o que ajuda a regular as populações desses insetos.

A espécie pode ser encontrada em diversos países da América Latina, como Venezuela, Guianas, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai e Argentina. No Brasil, vive nos biomas Pantanal, Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado, onde é mais comum. Na Mata Atlântica está criticamente ameaçado de extinção, por isso sua presença é rara.

Poligamia

Como um macho pode viver em uma área habitada por várias fêmeas, é comum que ele acasale com várias parceiras. A gestação dura de quatro a cinco meses e apenas um filhote nasce a cada três anos, em média. Até os 12 meses de idade, aproximadamente, os filhotes mamam e são totalmente dependentes da mãe, que mantém a temperatura da toca e protege contra predadores.

Ameaça de extinção

A distribuição original da espécie abrangia quase todo o Brasil, com exceção de alguns estados do Nordeste. Mas, devido à caça e destruição dos ambientes onde vive, pelo menos 30% da população da espécie foi perdida nos últimos 24 anos.

Hoje o tatu já é considerado extinto no Paraná, provavelmente extinto em São Paulo e em vias de extinção no Espírito Santo, segundo o Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. É esperado que espécie desapareça dos fragmentos do Cerrado sul-mato-grossense em até 15 anos.

As principais ameaçadas ao tatu-canastra são: incêndios florestais, avanço da agricultura, desmatamento, aumento da matriz rodoviária e caça.