Espécie da vez

Azulão se destaca na natureza por sua cor brilhante

Azulão se destaca na natureza por sua cor brilhante
Crédito: Rudimar Narciso Cipriani

Apesar de pequeno, o azulão (Cyanoloxia brissonii), como o próprio nome sugere, ganha destaque em meio à natureza. O macho é totalmente azul-escuro, com partes azuis brilhantes. Já a fêmea e os filhotes são totalmente pardos, com as partes inferiores um pouco mais claras.

O azulão se reproduz entre setembro e fevereiro, constroi seu ninho não muito longe do solo e cada ninhada geralmente tem entre dois e três ovos, tendo de três a quatro ninhadas por temporada. Os filhotes nascem entre 13 e 15 dias após a fêmea botar os ovos.

Esta ave é territorialista. Não é possível vê-la em bando. Se existe um casal em certa localização, só será possível encontrar outro casal a certa distância dali. Os filhotes de azulão ficam com seus pais até certo tempo, depois já partem para uma vida “independente”, pois seu instinto territorialista não o deixará ficar por perto após estar na fase adulta. Assim, o filhote terá que achar seu próprio território e sua parceira para acasalamento. Se um macho invade o território de outro, com certeza haverá conflito, e será bem violento.

O pássaro pode ser encontrado na beira de pântanos, matas secundárias e plantações do Nordeste do Brasil ao Rio Grande do Sul, bem como na Bolívia, Paraguai e Argentina.

Sua alimentação é bem variada, sobretudo de sementes, frutas e insetos.

Também é conhecido pelos nomes de azulão-bicudo ou bicudo-azulão, azulão-do-nordeste, azulão-do-sul, azulão-verdadeiro, guarundi-azul, gurandi-azul, gurundi-azul e tiatã.

Além da coloração, o azulão chama atenção por seu canto. Melodioso e intenso, alterna cadências mais altas com algumas mais baixas. Ele solta a voz em notas diversas no crepúsculo e pela madrugada. A ave é vítima constante do tráfico de animais silvestres, colocando-a entre os dez passarinhos nativos mais comuns em gaiolas. A destruição de seu habitat também prejudica a espécie, ameaçada de extinção.

Ouça o canto do azulão aqui.

Subespécies

O azulão possui cinco subespécies, sendo que três ocorrem no Brasil:

Cyanoloxia brissonii argentina (Sharp, 1888) – ocorre no leste da Bolívia até o Chaco do Paraguai, oeste do Brasil e no norte da Argentina. Esta subespécie é a de maior tamanho entre todas e também de um azul escuro. O animal se difere também por possuir na face uma faixa de cor cobalto prateado que se estende da sobrancelha à nuca;

Cyanoloxia brissonii brissonii (Lichtenstein, 1823) – ocorre no Nordeste do Brasil, dos estados do Piauí e Ceará até o estado da Bahia e Minas Gerais. De coloração azul-clara;

Cyanoloxia brissonii caucae (Chapman, 1912) – ocorre no oeste da Colômbia, nos vales do alto rio Patía, alto rio Cauca e Dagua. Difere-se por ser menor e ter uma tonalidade de azul nas costas mais brilhante;

Cyanoloxia brissonii minor (Cabanis, 1861) – ocorre nas montanhas do norte da Venezuela, da região de Falcón até a região de Lara, Sucre e Monagas. Difere-se por ter o uropígio de uma cor azul mais brilhante;

Cyanoloxia brissonii sterea (Oberholser, 1901) – ocorre no leste do Paraguai até o leste e sul do Brasil e nordeste da Argentina. É um pouco menor e sua cor é um azul mais escuro que a forma nominal.