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Em menos de 15 dias, mais de 350 animais morrem no litoral paulista

Em menos de 15 dias, mais de 350 animais morrem no litoral paulista
Os pinguins-de- magalhães vivem nos oceanos Atlântico e Pacífico sul

Apenas na primeira quinzena de agosto mais de 350 animais marinhos, em sua maioria pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) e tartarugas-verdes (Chelonia mydas), foram encontrados mortos no litoral de São Paulo. Cerca de 90% das ocorrências foram registradas em Ilha Comprida e o restante nas praias de Iguape e na Ilha do Cardoso.

A maior vítima do fenômeno é o pinguim-de-magalhães. No período, a espécie perdeu mais de 270 indivíduos, sendo a maioria juvenil. O número assustou pesquisadores do Instituto de Pesquisas Cananéia (IPeC), considerando que em todo o inverno do ano passado foram encontrados apenas dez pinguins sem vida e, em 2016, menos de 50.

Proveniente do extremo sul da Patagônia, a ave migra para o Brasil no inverno em busca de águas mais quentes e alimento abundante. Nesta época do ano, cardumes de peixes também procuram a costa brasileira para fugir do frio, por isso há grande oferta de comida.

De acordo com os pesquisadores, a causa provável para o alto número de mortes seria as alterações climáticas causadas pelo El Niño e La Niña, fenômenos que provocam o aquecimento e resfriamento dos oceanos, respectivamente. O motivo de a mortandade ser maior entre os jovens é por que estes estão em sua primeira viagem, logo, são inexperientes. A fome e o cansaço também os deixam mais suscetíveis à ingestão de plástico e a acidentes com redes de emalhe.

Para identificar as causas do óbito, os técnicos do IPeC estão realizando necropsia nos animais. Segundo eles, a maior parte dos corpos de pinguins analisados está com inúmeras lesões nas nadadeiras, indicando que a morte se deu por contato com redes de pesca.

Tratamento

Os animais encontrados com vida são encaminhados para o centro de reabilitação do IPeC, onde são tratados e reabilitados. Aqueles que sobrevivem e conseguem se recuperar são reintroduzidos ao mar. No caso das tartarugas-verdes, elas passam por um período de quarentena e, aos poucos, são inseridas em tanques de água para se acostumarem novamente aos oceanos.

Como os pinguins vivem em bandos, eles só podem ser soltos em grupos de, no mínimo, sete indivíduos. Se não há espécimes suficientes para soltura, o IPeC os encaminha para outras instituições.