Associação faz campanha para salvar loba-guará atropelada

Centenas de milhares de animais silvestres são atropelados anualmente nas estradas brasileiras. Desta vez, a vítima foi uma lobo-guará. O fato ocorreu no dia primeiro de julho, na MG 443, próxima a Ouro Branco. Depois de três cirurgias, o animal se recupera em uma clínica veterinária de Belo Horizonte. A Associação Lafaietense de Proteção aos Animais (ALPA), que resgatou a loba, está em campanha para arrecadar fundos para custear os procedimentos.

Um motorista que viu o atropelamento parou para prestar socorro, pensando que a vítima era um cachorro. Quando se deu conta de que era um lobo-guará, espécie ameaçada de extinção, acionou o corpo de bombeiros da Gerdau. A equipe e uma veterinária de Lafaiete fizeram os atendimentos emergenciais e o animal foi levado para a Univet, clínica na capital mineira.

Cândida, como foi carinhosamente chamada, sofreu fratura nas patas de trás, braço e luxação na coxa femural. Segundo Romim Gilberto Dias, medico veterinário responsável, ela foi submetida a três cirurgias e se recupera bem. Cândida deve permanecer na clínica por mais duas semanas. Ainda não se sabe para onde o animal será levado após a recuperação.

A Alpa luta para arrecadar recursos para bancar o tratamento. Conforme prestação de contas enviada para a Amda, o último depósito ocorreu no dia 6, somando R$ 371,80. Anote os dados e ajude a salvar a Cândida!

Conta poupança – Caixa Econômica Federal
AG: 0127
C.P.: 146659-6
Operação: 013
Alpa – Associação Lafaiatense de Proteção aos Animais
CNPJ: 16.784.137/0001-14

Lobo-guará

Apesar de ser chamado de “lobo”, o Guará em nada se parece com a figura tradicional dos valentes e ferozes lobos americanos e europeus, que vivem em alcateias e caçam grandes animais para sobreviver. Ele é o maior canídeo da América do Sul, mas é tímido, inofensivo e vive sozinho. Macho e fêmea se juntam somente para ter filhotes, que podem chegar até seis em cada ninhada, e que criam juntos. Enquanto a fêmea amamenta, o macho caça para ela. Guará em tupi-guarani quer dizer vermelho, cor que faz com que esse animal seja também chamado de lobo vermelho. Por sua pelagem colorida e elegância caracterizada pelas longas pernas, ele é considerado uma das mais belas espécies da fauna brasileira.

Ele é onívoro, ou seja, alimenta-se de animais como pequenos roedores, aves, insetos; e de vegetais, sendo a fruta-do-lobo sua preferida, por ser um vermífugo natural. Sem ela, o lobo-guará morre de complicações renais causadas por nematódeos (também chamados vermes cilíndricos). Em fenômeno típico de equilíbrio entre espécies, a fruta também depende do lobo. Depois de passar por seu aparelho digestivo, as sementes são liberadas intactas pelas fezes e germinam. Como o animal se movimenta muito, as sementes são levadas de um lugar a outro e a planta se espalha, garantido sua sobrevivência.