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Mata Atlântica é hotspot mundial

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Mata Atlântica é hotspot mundial
Reserva Natural Salto Morato / Crédito: Adrian Moss

A Mata Atlântica é considerada um hotspot mundial, ou seja, uma das áreas mais ricas em biodiversidade e mais ameaçadas do planeta. Foi decretada Reserva da Biosfera pela Unesco e Patrimônio Nacional, na Constituição Federal de 1988. Sua composição original é um mosaico de vegetações definidas como florestas ombrófilas densa, aberta e mista; florestas estacionais decidual e semidecidual; campos de altitude, mangues e restingas.

Originalmente, abrangia uma área equivalente a 1.315.460 km² e estendia-se ao longo de 17 Estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí. Atualmente, restam 8,5% de remanescentes florestais acima de 100 hectares. Somados todos os fragmentos de floresta nativa acima de três hectares, temos atualmente 12,5%.

Fauna e flora impressionam: são mais de 15 mil espécies de plantas e mais de 2 mil animais vertebrados, sem contar insetos e outros invertebrados. Das 633 espécies de animais ameaçadas de extinção no Brasil, 383 ocorrem na Mata Atlântica, de acordo com a Fundação SOS Mata Atlântica.

Ainda segundo a organização, vivem no bioma:

– Mais de 20 mil espécies de plantas, sendo 8 mil endêmicas;
– 298 espécies conhecidas de mamíferos;
– 992 espécies de aves;
– 200 répteis;
– 370 anfíbios;
– 350 peixes.

Isso significa que, na Mata Atlântica, que representa 0,8% da superfície terrestre do planeta, estão presentes mais de 5% das espécies de vertebrados do mundo. Sua flora também é exuberante, tendo sido estimadas mais de 15.700 espécies, ou seja, cerca de 5% da flora mundial.

Em 27 de maio comemora-se o Dia da Mata Atlântica. Que tal visitar alguma unidade de conservação que protege o bioma? Confira nossas sugestões e programe sua próxima viagem!

Parque Nacional do Pau Brasil (BA)
O parque foi criado em 1999 para preservar o pau-brasil, árvore que, além de dar nome ao parque, é nativa da Mata Atlântica. No mesmo ano de sua criação, a UC ingressou na lista da Unesco de Patrimônio Natural Mundial. Além de uma das maiores reservas remanescentes de pau-brasil no país, o parque é uma região de intenso endemismo, ou seja, grande número de espécies que só ocorrem naquela área. Em outubro do ano passado, a unidade foi aberta à visitação.

Parque Nacional do Superagui (PR)
O parque é reconhecido por sua importância natural antes mesmo da nomeação da Unesco como Patrimônio Mundial, em 1999. No início da década de 70 – antes mesmo de sua criação, em 1989 -, a região do parque havia sido decretada patrimônio paisagístico do estado paranaense. Com quase 34 mil hectares de extensão, a unidade de conservação protege espécies como o mico-leão-da-cara-preta, endêmico da Mata Atlântica e criticamente ameaçado de extinção.

Parque Estadual da Ilha do Cardoso (SP)
Criado em 1962, a unidade foi a primeira área insular em São Paulo protegida pela relevância ecossistêmica de sua zona costeira. Os 13.500 hectares conservam paisagens de praias desertas cercadas pela vegetação característica da Mata Atlântica, além de manguezais, costões rochosos, restingas, lagunas, rios e montanhas. Em seu território já foram registradas cerca de mil espécies de plantas e espécies animais ameaçadas de extinção, como o papagaio-de-cara-roxa e o jacaré-do-papo-amarelo. Além disso, o parque também é considerado um dos maiores criadouros de espécies marinhas do Atlântico Sul.

Parque Nacional do Monte Pascoal (BA)
A unidade de conservação preserva uma área de 22.500 hectares remanescentes da Mata Atlântica. Criada em 1961, o parque abriga restingas, mangues, alagados, praias e rios, além de árvores características como o pau-brasil e o jatobá. O Parque Nacional do Monte Pascoal foi oficialmente reconhecido pela Unesco como Patrimônio Mundial Natural em 1999, junto com outras áreas protegidas da Bahia e Espírito Santo que, juntos, compõem um corredor ecológico de Mata Atlântica na Costa do Descobrimento.

Reserva Biológica de Sooretama (ES)
Esta é a área protegida mais antiga do estado capixaba. A reserva, criada em 1941, corresponde a mais de 27 mil hectares que protegem o habitat de centenas de espécies da fauna e flora nativa da Mata Atlântica. A área está livre de intervenção humana, uma vez que a visitação é permitida apenas para fins educacionais ou de pesquisa científica, mediante autorização prévia da administração da UC.

Reserva Natural Salto Morato (PR)
Esta é uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) gerida pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Organizada de acordo com as diretrizes de um parque nacional, além de ser aberta ao uso público, ela também representa um importante espaço para pesquisas e atividades de educação ambiental. Criada em 1994, a reserva ajuda a proteger 2.253 hectares de Mata Atlântica e integra as áreas protegidas reconhecidas pela Unesco em 1999 por corresponderem a remanescentes importantes do bioma.