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Dia Nacional da Caatinga

Dia Nacional da Caatinga
Açude entre Caicó e Jucurutu

No dia 28 de abril comemora-se o Dia Nacional da Caatinga. Este bioma exclusivamente brasileiro estende-se por quase 850 mil quilômetros quadrados, o equivalente a 11% do território do país. A Caatinga engloba os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e norte de Minas Gerais.

Este é o bioma semiárido mais biodiverso do mundo, com 932 espécies de plantas, 178 de mamíferos e 590 de aves, sendo muitas destas endêmicas, ou seja, ocorrem somente neste ecossistema.

A Caatinga é dominada por tipos de vegetação com características xerofíticas – formações vegetais secas, que compõem uma paisagem cálida e espinhosa – com estratos compostos por gramíneas, arbustos e árvores de porte baixo ou médio, caducifólias (árvores que perdem suas folhas durante parte do ano) e uma farta variedade de plantas espinhosas, entremeadas de outras espécies como as cactáceas e as bromeliáceas.

A diversidade de sua paisagem é tamanha, que permite uma distinção de ecossistemas, baseada nas diferenças de pluviometria, fertilidade e tipo de solos e relevo. Uma primeira divisão que pode ser feita é entre o agreste e o sertão. Enquanto o sertão apresenta vegetação mais rústica, o agreste é uma faixa de transição entre o interior seco e a Mata Atlântica, característica da Zona da Mata.

Ameaças

Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), cerca de 27 milhões de pessoas vivem na área original da Caatinga, grande parte dependente dos recursos da biodiversidade local para sobrevivência. Com isso, 80% de seus ecossistemas originais já foram alterados por processos humanos, principalmente desmatamentos e queimadas, práticas ainda comuns. O bioma sofre ainda com o sobrepastoreio e conversão de terras para pastagens e agricultura.

Em 2010, o primeiro monitoramento da destruição da Caatinga constatou que o bioma perde por ano e de forma pulverizada uma área de vegetação nativa equivalente a duas vezes a cidade de São Paulo. Em 2014, o desmatamento chegava a 46% da área.

Além de destrutivas à cobertura vegetal, essas atividades prejudicam a manutenção de populações da fauna silvestre, a qualidade da água e o equilíbrio do clima e do solo.

Desertificação

Esse processo de degradação ambiental que ocorre em áreas áridas, semiáridas e subúmidas secas também é uma ameaça à conservação da Caatinga. No Brasil, 62% das regiões susceptíveis à desertificação estão em zonas originalmente ocupadas pelo bioma.

O fenômeno elimina a cobertura vegetal, reduz a biodiversidade, intensifica o processo erosivo, reduz a disponibilidade e qualidade dos recursos hídricos, diminui a fertilidade e produtividade do solo, reduz as terras agricultáveis e a produção agrícola e aumenta as doenças devido à falta de água potável. A desertificação altera todo o ciclo do bioma: fauna, flora e vegetação.

Clima

O clima da Caatinga é chamado de semiárido. São características desse tipo de clima a baixa umidade e o pouco volume pluviométrico, ou seja, uma quantidade reduzida de chuvas. O bioma convive com longos períodos de ausência de chuvas, podendo chegar a oito ou nove meses de seca por ano.

Este clima irregular influencia o curso dos rios, que secam em determinadas épocas; diminui a disponibilidade de água para plantas, animais e para os homens; e aumenta a aridez do ambiente.

Os rios que fazem parte do bioma são, em maioria, intermitentes ou temporários. Isto quer dizer que eles secam em períodos em que não chove. Na Caatinga, onde há escassez de chuva durante a maior parte do ano, os rios que nascem na região ficam secos por longos períodos.