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Empresas que fazem testes em animais entram para lista vermelha dos consumidores

Empresas que fazem testes em animais entram para lista vermelha dos consumidores
Várias empresas ainda realizam testes em animais para produzir cosméticos / Crédito: Paulo Vitor/AE

Ir às compras tem se tornado um verdadeiro exercício de cidadania. É cada vez maior a consciência da população no que se refere aos maus tratos a animais, tanto na produção de alimentos como roupas e cosméticos, por exemplo. Milhares de animais como coelhos, porquinhos da índia e ratos sofrem desnecessariamente para testar produtos como batons e shampoos, embora a produção de produtos de beleza livres de crueldade seja mais segura e simples.

O grupo de proteção animal Humane Society International (HSI) considera os testes em bichos antiéticos, uma vez que causam dor aos animais em nome do consumo de produtos dispensáveis, e podem ser substituídos por outras técnicas, que já são adotadas por empresas da indústria da beleza que se desassociaram desse tipo de prática.

De acordo com a HSI, no Brasil, os coelhos ainda são largamente utilizados em testes de irritação ocular e cutânea para produtos de consumo. Desenvolvido na década de 1940, esses testes consistem em segurar o corpo do animal em uma posição na qual não possam se mover para que os produtos químicos sejam pingados nos olhos ou colocados na pele raspada. Esses testes não são confiáveis segundo o grupo de proteção animal, bem como extremamente desagradáveis, causando vermelhidão nos olhos, inchaço, úlceras, cegueira ou rachaduras na pele e sangramento. Ao contrário dos humanos, os coelhos não têm dutos lacrimais e, por isso, não podem expelir essas substâncias nocivas para fora dos olhos.

A PEA (Projeto Esperança Animal) atualiza frequentemente uma lista de empresas nacionais e internacionais que faz ou não testes em animais. Confira as empresas amigas dos animais. É hora de acabar com a crueldade nos cosméticos! Junte-se à campanha mundial Liberte-se da Crueldade! Assine a petição e pesquise sobre as empresas antes de adquirir seus produtos.

Confira abaixo algumas perguntas frequentes sobre os testes em animais respondidas pela HSI em seu site.

Os testes de cosméticos em animais são requisitos legalmente exigidos no Brasil?

O uso de animais em testes de segurança para cosméticos não é um requisito obrigatório no Brasil, embora a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que regula os cosméticos, continue referenciando os testes em animais em suas diretrizes oficiais e afirmando que o uso de animais continua sendo necessário para testes de cosméticos. Apesar das orientações da Anvisa, várias empresas de cosméticos têm tomado medidas para responder às preocupações do público sobre a experimentação animal e eliminaram completamente o uso de bichos de seus programas de testes de segurança.

Quantos animais são usados anualmente em testes de cosméticos no Brasil e que tipo de testes são realizados neles?

Não existem estatísticas oficiais sobre o uso de animais pela área de cosméticos no Brasil. Testes recomendados pela Anvisa incluem o uso de camundongos, ratos, coelhos e hamsters. Os experimentos podem envolver testes de irritação ocular e cutânea: os produtos químicos são esfregados sobre a pele raspada ou pingados nos olhos de coelhos; estudos que implicam alimentação forçada e repetida durante semanas ou meses para detectar sinais de doença geral ou riscos específicos para a saúde, como o câncer ou defeitos de nascimento; e até mesmo o amplamente condenado teste de “dose letal”, no qual os animais são forçados a ingerir grandes quantidades de um produto químico para determinar a dose mortal dessa substância. Outros testes envolvem produtos aplicados no pênis e na vagina de coelhos com cateteres. No final dos testes, os animais são sacrificados, normalmente por asfixia, quebra do pescoço ou decapitação. Anestésicos não são utilizados.

Como as empresas de cosméticos podem garantir a segurança de seus produtos sem a utilização de testes em animais?

As empresas podem garantir a segurança de seus produtos escolhendo dentre os milhares de ingredientes existentes que possuem uma longa história de uso seguro, juntamente com o uso de um número crescente de métodos alternativos que não envolvem o uso de animais. Esta é a abordagem usada por centenas de empresas certificadas como livres de crueldade pelo programa “Leaping Bunny”, reconhecido internacionalmente. O Ministério da Ciência e Tecnologia está trabalhando para expandir a aceitação e a utilização de métodos modernos de testes de segurança sem animais através da criação de uma Rede Nacional de Métodos Alternativos (RENAMA) em todo o Brasil, com as competências e os equipamentos para implementar esses testes.